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Blog do Mulheres de Esperança

O Deus que me vê

Por Susie Pek

04/03/2022, às 12h50 | Conteúdo atualizado em 04/03/2022, às 12h47

De vez em quando, eu tenho vontade de ter o superpoder da “invisibilidade” só para que eu consiga respirar, pegar fôlego e começar tudo de novo. Mas, parece que bem nesses dias, todo mundo cria olhos de águia e me enxerga em qualquer canto que esteja. Em compensação, existem os dias em que preciso ser vista! Necessito do olhar cuidadoso, do abraço que alivia, da palavra que conforta, e justo nesses dias parece que fico invisível aos olhos de absolutamente todo mundo. Chamo esses momentos de crise de invisibilidade. Uma crise que afeta milhares de mulheres ao redor do mundo.  Quem nunca se sentiu invisível aos olhos do marido, dos filhos, dos amigos ou da sociedade? E não estou me referindo apenas às questões cotidianas. Penso principalmente em situações extremas que as mulheres enfrentam, quer seja em campos de refugiados, em momentos de guerra e infelizmente até mesmo em seus próprios lares. 

 

A ideia de ser uma mulher invisível me leva à uma história relatada em Gênesis e conta com personagens famosos. Abraão era casado com Sara e já estava idoso quando Deus prometeu que lhe daria um filho.  O tempo passou e Sara achou por bem oferecer sua escrava Hagar para que Abraão tivesse um filho com ela. Hagar engravidou. Imagino que ela tenha se sentido ‘especial’ e passou a desprezar a sua senhora Sara, que retribuiu o desprezo com maus tratos. Conclusão: a confusão estava armada. A situação ficou insuportável e Hagar fugiu para o deserto. 

 

Hagar sofreu uma das piores crises de invisibilidade que alguém pode ter. Ela era uma escrava sozinha no deserto, não tinha para onde ir e nem com quem contar.  Contudo, foi ali que algo lindo aconteceu.  Ela teve um encontro com o anjo do Senhor: “O Anjo do Senhor encontrou Hagar perto de uma fonte no deserto, no caminho de Sur, e perguntou-lhe: "Hagar, serva de Sarai, de onde você vem? Para onde vai? "Respondeu ela: "Estou fugindo de Sarai, a minha senhora". Disse-lhe então o Anjo do Senhor: "Volte à sua senhora e sujeite-se a ela. Disse mais o anjo: "Multiplicarei tanto os seus descendentes que ninguém os poderá contar". Disse-lhe ainda o Anjo do Senhor: "Você está grávida e terá um filho, e lhe dará o nome de Ismael, porque o Senhor a ouviu em seu sofrimento." - Gênesis 16.7-10. A resposta de Hagar a tudo o que ouviu é emocionante: “Este foi o nome que ela deu ao Senhor que lhe havia falado: "Tu és o Deus que me vê", pois dissera: "Teria eu visto Aquele que me vê? " - Gênesis 16.13 Em meio à sua maior aflição ela descobriu que não era invisível para Deus. Aliás, ela percebeu que ele sabia detalhes de sua vida!

 

Não é maravilhoso saber que mesmo em meio às nossas maiores crises de invisibilidade diante do mundo, o Senhor nos vê? O meu desejo para todas nós é que enxerguemos o Deus que nos vê: um Deus bondoso e poderoso, sempre presente na hora da angústia. 

 

No amor do Senhor,

 

Susie Pek – Coordenadora do Mulheres de Esperança RTM Brasil, América Latina & Caribe

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