150 anos dos batistas: o desafio das 158 cidades
Por Lucas Meloni
03/09/2021, às 13h47 | Conteúdo atualizado em 03/09/2021, às 13h56
Neste mês de setembro é celebrado o 150º aniversário do primeiro trabalho batista no país. O começo de tudo foi em Santa Bárbara d´Oeste, município do interior paulista, distante 138 quilômetros da capital. Em meio às comemorações, um diagnóstico importante: no estado que foi berço para a denominação ainda existem 158 cidades sem tipo algum de atividade em desenvolvimento. Em entrevista à Rádio Trans Mundial, o pastor Adilson Santos, diretor executivo do Conselho de Administração e Missões da Convenção Batista de São Paulo (CBESP) e presidente nacional da Ordem dos Pastores Batistas do Brasil (OPBB), falou sobre este e outros assuntos.
RTM – Quais são os desafios para os batistas, em especial, os paulistas?
Pr. Adilson – Os nossos desafios são perenes. Nosso foco é na evangelização do país. A plantação de igrejas, a evangelização de nossa nação, a maneira como a gente coloca a mensagem do evangelho de forma mais próxima das pessoas por meio do discipulado são grandes desafios. O discipulado é o grande foco dos batistas do nosso tempo.
Quantas cidades no Estado de São Paulo ainda não têm trabalho batista em desenvolvimento?
Nós temos, no Estado de SP, um universo de 645 municípios. Cinco anos atrás, nós tínhamos o chamado Desafio 172. Ele representava as 172 cidades paulistas sem um trabalho batista sequer. Hoje esse número desceu para 158. O plano é ter uma igreja da denominação em cada uma das cidades de São Paulo. Os processos de plantação de igreja e de desenvolvimento de trabalho foram muito prejudicados por causa da pandemia da Covid-19. Destas 158 cidades, em 15, já temos algum trabalho iniciante em implantação. A nossa expectativa é de que entre cinco e oito anos, tenhamos este número zerado.
Existe alguma região de SP que seja mais estratégica para a denominação?
Quando você pensa na quantidade de cidades, um grande desafio é a região de Ribeirão Preto. O município de Ribeirão Preto tem cerca de 700 mil habitantes (segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística / IBGE) e o número de igrejas batistas ali é reduzido. A região é cosmopolita e tem como característica receber muita gente de fora para trabalhar ou estudar por lá. No entorno de RP existem 30 cidades nas quais não temos uma igreja Batista. A população desses municípios somada chega a 500 mil pessoas. Mas cito ainda as regiões de Sorocaba e São José do Rio Preto como estratégicas e que merecem a nossa atenção.
O que representa essa nova fase da educação batista com a Rede Batista de Educação?
A educação está no DNA batista. Quando os primeiros chegaram ao Brasil, trouxeram os conceitos e os princípios da educação americana e se estabeleceram em vários pontos do nosso país através dos colégios batistas. Agora, nós temos a unificação da rede de ensino teológico com a Faculdade Teológica Batista de São Paulo e a Faculdade Teológica Batista de Campinas, incorporando as duas à Rede Batista de Educação. Um dos objetivos é levar este ensino de qualidade a outros pontos do nosso estado de São Paulo, para o Brasil e para outros países, em especial de fala portuguesa, por meio de polos. A gente tem trabalhado em despertamento vocacional para trabalhar a reposição e a capacitação de novos líderes para nossas igrejas locais. Quando a gente fala que precisa entrar em 158 cidades, a gente entende que necessita de, pelo menos, 158 novos pastores.
Quais as principais contribuições dos batistas ao país?
O trabalho dos batistas favoreceu, desde o início, a nação. Você sabia que a primeira semente de melancia foi trazida ao Brasil por missionários batistas americanos? Isso é histórico. A agricultura foi muito influenciada por razão deste trabalho evangelístico. O primeiro arado usado no Brasil foi utilizado pelos americanos. Ele foi desenvolvido por indústrias que se instalaram naquela região. Posso falar também do algodão. As contribuições passam, além da educação e agricultura, pelos campos da medicina e social. Muitas igrejas têm focado em trabalhos sociais. Inserção digital, apoio educacional, ações de geração de renda, clínicas médicas gratuitas e a Cristolândia (projeto que visa a recuperação de pessoas que estão em dependência química) são algumas das muitas iniciativas que os batistas promovem.
Ouça mais
Para conferir um pouco mais desta entrevista sobre os 150 anos dos batistas no Brasil, ouça as edições de segunda (6) e terça (7), do “Missão Notícia”, na Rádio Trans Mundial. Começa às 10h45 (horário de Brasília).
Presente Diário especial
Em parceria, a Rádio Trans Mundial e a Convenção Batista do Estado de São Paulo lançam no dia 10 deste mês o Presente Diário Especial 150 anos dos Batistas no Brasil. A escolha da data é simbólica porque marca o dia de início do trabalho da denominação no país. Neste dia, haverá um culto solene em uma casa de eventos em Santa Bárbara d´Oeste. A edição é destinada para igrejas da denominação e pode ser utilizada como material complementar de ensino em atividades como escolas bíblicas, discipulado e ações evangelísticas. Para saber como adquirir, acesse www.transmundial.org.br/batistas150.