Sem permissão e literatura cristã proibida: saiba o porquê de Donbass, na Ucrânia, ter a igreja mais vulnerável da Europa

Ser cristão em Donbass, na região oriental da Ucrânia, é um desafio e tanto. Há um intenso conflito armado local, que começou em meados de 2014, contra o governo ucraniano. Os insurgentes contam com apoio russo. A situação tem impedido a concessão de abertura de igrejas e alguns tipos de literatura cristã, como livros de Charles Spurgeon, por exemplo, foram proibidos em uma das cidades.

 

As cidades de Luhansk e Donetsk se autoproclamaram independentes da Ucrânia. A partir desta decisão, as autoridades passaram a exigir que as organizações religiosas solicitassem um registro para funcionamento.

 

Muitas permissões não foram dadas. Isso, segundo a organização Portas Abertas, que apoia cristãos em contexto de perseguição, acabou por prejudicar igrejas que não são alinhadas com a Igreja Ortodoxa Russa.

 

Pedidos não atendidos

Apesar da exigência do pedido de concessão para as atividades das igrejas, em 2019, uma lista com 195 organizações religiosas mostra que nenhuma concessão havia sido dada a comunidades protestantes em Luhansk.

 

Em junho de 2021, três igrejas foram proibidas pela República Popular de Donetsk de realizar quaisquer tipos de atividades. Em outras, os prédios foram fechados. Na República Popular de Luhansk, livros de Charles Spurgeon e Billy Graham foram incorporados à lista de literatura extremista e foram proibidos.

 

Nenhum país reconhece a independência das autodeclaradas repúblicas, apenas a Rússia. O reconhecimento da independência de Donetsk e Luhansk é, inclusive, parte das condições impostas na negociação pelo Kremlin para cessar a invasão russa à Ucrânia.

 

Região com a Igreja mais vulnerável

 A situação complicada torna a região de Donbass a mais vulnerável para a Igreja de Cristo na Europa, de acordo com avaliação recente da Aliança Evangélica da Europa.Para Portas Abertas, a necessidade de se registrar junto às autoridades faz com que muitas atividades cristãs sejam tidas como ilegais, como eram no tempo da União Soviética.

 

(Com informações de Missão Portas Abertas)