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Marsena fala à RTM sobre talento, fé e música nos palcos

Por Lucas Meloni

08/08/2022, às 09h30 | Conteúdo atualizado em 09/08/2022, às 09h41

Dona de uma voz marcante e muita presença de palco, Marsena (cantora e atriz da Cia Nissi) tornou-se uma referência da nova safra de talentos cristãos no país. Em março passado, entre gravações, ensaios e a preparação para o retorno de “Hadassa, o Musical – A História de Ester” para nova temporada em São Paulo, a artista concedeu esta entrevista à Revista Trans Mundial (que você lê em versão ampliada agora no site RTM) e falou sobre a carreira, os desafios e o chamado para servir com seus talentos. Confira os principais trechos a seguir.

 

RTM – Como começou a sua história com a música?

Marsena – Eu venho de uma família cristã sempre muito comprometida com a comunidade local. Já tinha comigo essa questão musical e a ideia de servir muito presentes na minha vida. Não só eu, mas meus irmãos também. Somos em quatro irmãos. A figura determinante foi a minha avó materna (Zeli). Ela cantava e cantava muito bem e cuidou de mim durante boa parte da minha infância enquanto meus pais trabalhavam. Por ter essa representação de alguém que cantava muito, me despertou o desejo de cantar também. Aos poucos, a minha família foi percebendo que eu tinha essa capacidade de me expressar através da música e passaram a me incentivar. Minha primeira apresentação foi aos oito anos de idade. 

 

Quais são os desafios de participar da Cia Nissi, que realiza tantas produções criativas e marcantes?

Primeiro, gostaria de dizer que admiro a Cia Nissi há muitos anos. Acompanhava já o trabalho deles há tempos. Nunca imaginei que Deus me daria a oportunidade de caminhar com eles tão diretamente. O grande desafio é estar disposto para o novo. Já tenho uma caminhada como cantora, mas no teatro musical tem uma trajetória que inclui muitos processos. Sou muito grata porque todo o elenco e toda a equipe são muito generosos. Eles têm me ajudado a avançar nesses processos e neste conhecimento do teatro musical, que demanda uma dedicação enorme. É importante entender também que a Cia Nissi existe para além do fazer arte com excelência. Existe um grande propósito: apoio às causas humanitárias. Isso é, sem dúvida, uma grande responsabilidade.

 

Como você define aquele momento antes de entrar no palco?

É desde a barriga gelada até uma expectativa de troca com o público, mas também uma grande responsabilidade de levar uma mensagem que transmita esperança e que possa abençoar o público. É um misto de sensações.

 

Fale um pouco das suas personagens no palco. Quais características delas te chamam mais a atenção?

Fiz várias participações em projetos da Cia Nissi. Alguns estão disponíveis agora apenas pela plataforma digital da Cia. Gostaria de focar nas duas personagens dos musicais. No “Rua Azusa – O Musical” (prestes a entrar em cartaz do Rio de Janeiro), interpretei a Miss Califórnia. Acho que essa personagem foi especial porque foi a primeira participação em musicais. Esta personagem me impactou pessoalmente por mostrar a história de uma mulher preta e que vem de uma vida que não conhecia o evangelho. Ela passou por um processo bem longo e difícil até conhecer as boas novas. O “Azusa” me impactou por levantar questões como o racismo e problemas sociais. A gente vê o poder de Deus interferindo nessa história. Já em “Hadassa”, onde volto no papel da rainha Ester na temporada 2022, falar da história dela é falar de uma mulher corajosa, temente a Deus e que entendeu o seu propósito para aquela época. Ela precisou de muita coragem e ousadia para agir, mas sempre sob a dependência de Deus. Essas personagens me inspiram, me transformaram e me ajudaram a ver o mundo com outros olhos.

 

São quantas horas de ensaio e preparação?

A maior demanda (de tempo) é na construção do personagem. São os meses antes da estreia que exigem mais tempo. Para isso, é preciso fazer um laboratório (um estudo aprofundado por parte do ator / atriz para entender e preparar o personagem). Para se ter uma ideia, para o “Hadassa”, que está de volta a SP, o laboratório e o período de ensaio levaram cinco meses de preparação. Foram cinco meses de ensaio e preparo de segunda a sexta, das 8 da manhã às seis da tarde. Foi uma imersão profunda e um trabalho de elenco enorme, não só com a nossa preparadora de elenco (Inaty Faubel), mas também com coreógrafos, montagem de cenas, entre outras atividades. Depois da estreia, toda semana, tem o período de manutenção e de ensaio que se desdobra, quase sempre, no fim de semana.

 

Muitos jovens atores cristãos te perguntam sobre a profissão? O que você diz a eles?

Eu digo a eles sobre os desafios de ser atriz, sobre o processo, a caminhada e o estudo. É importante ter dedicação, tempo e saber como desdobrar das atividades para conhecer as técnicas, para fazer um trabalho com excelência e o quanto isso exige. Chegar à excelência com um personagem é o mesmo que dizer que você vai dar muito de si para que o propósito desse papel seja alcançado. Em segundo lugar, compartilho o quão especial é essa troca com o público, o quanto vale a pena esse esforço e como é bacana viver isso e ver a graça de Deus se manifestando também através do teatro.

 

Na sua opinião, o teatro ainda enfrenta muitas resistências em igrejas no Brasil? 

Acho que sim, mas tenho olhado para o futuro com olhos de esperança porque vejo na Cia Nissi, em outras companhias e em muitos artistas, a coragem para desbravar novos caminhos, novos mundos, novas oportunidades, novas esferas. Louvo a Deus por ver pessoas corajosas e convictas de seus chamados. Elas têm certeza de que foi para este tempo que o Senhor as chamou. Sou grata por somar e fazer parte do que tem acontecido.

 

O que você tem ouvido e assistido? Poderia compartilhar um pouco das suas preferências no momento?

Gostaria de deixar como indicação ao público o filme “O Pianista” (Europa Filmes), que fala sobre a Segunda Guerra Mundial e traz uma história belíssima que vale a pena conhecer, e tenho sido muito abençoada pelo ministério da Maverick (City Music) através de suas músicas. Em muitos devocionais, eles têm me acompanhado. Espero que isso incentive e abençoe a vida de outras pessoas também. 

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