Promessas
Por Convidado(a)
30/12/2022, às 09h00 | Conteúdo atualizado em 30/12/2022, às 15h36
Por André Castilho
Pessoas disciplinadas são admiráveis, ainda mais na cultura brasileira. O que se diz – e muitas vezes se comprova pela experiência – é que a média dos habitantes desta terra abençoada por Deus costuma deixar as coisas para a última hora. É comum marcar um encontro em um horário e, instintivamente, ter uma tolerância de quinze ou vinte minutos. Isso faz com que tenhamos alguma dificuldade com compromissos, de fazer resoluções e cumpri-las de maneira diligente e organizada.
Isso não significa que o povo brasileiro seja preguiçoso ou sem dedicação. Pelo contrário, justamente por deixar as coisas para última hora e trabalhar de maneira mais orgânica, trabalha-se muito. É necessário empregar muito esforço e dedicação para entregar o trabalho e cumprir com os compromissos assumidos em um prazo menor do que o anteriormente estipulado. Talvez seja esse o motivo que muitos já desistiram de fazer resoluções e compromissos de ano novo. Para cumprir compromissos assumidos com um ano de antecedência e manter isso até o fim, é necessária muita disciplina, um trabalho metódico, sistemático e organizado. Fora o fato de que normalmente são compromissos que envolvem uma mudança radical, idealizada e sem levar em conta tanto nossa realidade quanto percalços que podem aparecer no meio do processo.
Sem a disciplina e a certeza do cumprimento, muitos acabam declinando dessas resoluções de ano novo. Jesus ainda diz para não fazermos um juramento, como se precisássemos apostar algo da nossa vida para reforçar um compromisso. “Seja o seu ‘sim’, ‘sim’, e o seu ‘não’, ‘não’” (Mateus 5.37). Se você disser que vai fazer e em determinado horário, essa palavra já se tornou um compromisso. Diante disso, é melhor sempre dizer “não”, e a sabedoria bíblica parece apontar para isso em Eclesiastes 5.5: “É melhor não fazer voto do que fazer e não cumprir”.
Diante disso, então, será que é melhor não fazer nenhuma resolução, não ter nenhum compromisso assumido ou meta a cumprir? Esse também não parece ser o caso. Se não assumirmos um compromisso, se não partirmos para a ação e termos um objetivo claro a seguir, ficaremos estagnados e não faremos nada. O que falta, na realidade, é realinhar esses compromissos com a realidade. É algo possível de cumprir? Estou olhando para a torre e calculando corretamente o tamanho e o que precisarei para construir? (Lucas 14.28-33). Também precisamos alinhar corretamente os prazos. Estipulamos um prazo de um ano, mas e se experimentarmos algo menor? Talvez um compromisso diário ou semanal, mais tangível.
E em último lugar, uma vida e um caminhar entregues a Deus. Costumamos fazer os compromissos contando com nossa própria força, contando com nossa disposição, saúde e com um ambiente favorável e perfeito. Em vez disso, deveríamos dizer: “Se o Senhor quiser, viveremos e faremos isto ou aquilo” (Tiago 4.15). Diante disso, a principal resolução e compromisso de ano novo é termos, diariamente, uma vida e um caminhar entregues à Deus. Faça um compromisso hoje de, agora, agradecer a Deus pelo que você tem e peça forças para realizar o que você quer fazer amanhã. Renove esse compromisso diariamente, de forma que você equilibre suas expectativas e alcance os objetivos alinhados à vontade do Eterno. Feliz e abençoado 2023!
André Castilho é diretor de Produção de Conteúdo da RTM, apresentador dos programas “Entendendo a Bíblia”, “Conversando com Luiz Sayão” e “180 Graus” e um dos pastores da Primeira Igreja Batista de São Caetano do Sul.