Ao utilizar este site, você concorda com nossa política de privacidade.

Notícias RTM

Capacitados para amar

Por Lucas Meloni

29/12/2023, às 15h00 | Conteúdo atualizado em 29/12/2023, às 14h43

Amar uns aos outros é uma das grandes lições deixadas por Jesus em sua passagem terrena. Os evangelhos retratam bem a orientação passada por Cristo em textos como Mateus 22.36-40, Marcos 12.28-31 e João 13.34-35. 


O amor e a graça de Deus presentes em Jesus são as bases do Novo Testamento. Não é à toa que ao longo dos demais livros vemos refletidas lições que nos são fundamentais, sobretudo nos tempos de hoje, de ânimos tão exaltados.


Em 1 João 2.7-11 há um lembrete do mandamento de amar nossos irmãos. “Se alguém afirma ‘estou na luz’, mas odeia o seu irmão, ainda está na escuridão. Quem ama o seu irmão permanece na luz e não leva os outros a tropeçar. Mas quem odeia o seu irmão ainda está na escuridão e anda na escuridão. Não sabe para onde vai, pois a escuridão o cegou” (v. 9-11 / Nova Versão Transformadora). 


Antes de tudo, devemos pensar o que é o amor. É comum chegar à conclusão de que amor é um sentimento. À luz da Bíblia, meu caro irmão e minha cara irmã, o amor é uma atitude ordenada. Precisamos decidir amar. É o ato de fazer coisas boas para a pessoa que amamos. Quando falamos em amor, falamos em doação. É por isso que para amar é preciso ter um coração generoso, um coração disposto a dar mais do que receber. Quando falhamos no amor, pecamos. Isso pode soar estranho, contudo é a mais pura verdade.


É preciso ficar evidente que o amor tem três direções:


1ª Temos de amar a Deus (é o primeiro grande mandamento);
2ª Temos de amar ao nosso próximo (é o segundo mandamento);
3ª Temos de dirigir o amor aos nossos irmãos.


Este terceiro ponto é o novo porém antigo mandamento trazido à luz pelo apóstolo João no texto citado acima. Uma vez que o amor não é algo que acontece por acaso, não podemos justificar o nosso possível fracasso em amar as pessoas. É um ato que deve partir de mim e de você.


Não devemos entender a palavra “antigo” como algo negativo. A ideia aqui é de um pensamento consolidado, que o povo já conhecia há tempos. Amar a ponto de dar a nossa vida em favor de outra pessoa.


O que o texto nos aponta é que, se já fomos alcançados pela redenção que há em Cristo Jesus, somos iluminados. Já não há mais trevas em nossa vida. Amar os nossos irmãos é ter atitudes coerentes com uma vida na luz. Não há jeitinho ou meio-termo na Palavra de Deus. Ninguém pode ser da luz, mas dar uma voltinha pelas trevas. João é categórico ao afirmar que quem se acha na luz, mas não pratica o amor, está, na verdade, na escuridão. 


Este pensamento faz todo sentido. Onde há vida espiritual, por mais recente que seja, não pode mais existir desamor, ódio ou falta de empatia. Ao sermos marcados pelo amor, devemos ser agentes multiplicadores desse amor.


Outro ponto importante é que permanecer no amor significa permanecer na luz. Quem ama, não tropeça, não vive praticando atos que desfavoreçam alguém, nem nutre um sentimento mau para com a outra pessoa. A pessoa amorosa não espera que a outra pessoa se dê mal. Isso tudo pode ser representado em uma única frase: quem vive no amor não provoca a queda ou destruição de ninguém. 


Esta mensagem é um sincero convite a que você pratique o amor. Aquele que ama tem um caminho livre à luz do sol de Cristo. Em tempos tão ácidos como os atuais, provoquemos uma revolução amorosa. Que a nossa marca seja fazer o bem acima das divergências e das opiniões contrastantes. A nossa irmandade em Cristo está muito além das coisas desta terra. 


Que a nossa oração seja para que Deus nos capacite a amar e nos dê corações generosos para que amemos com abundância. Que o Senhor nos mostre como amar as pessoas. Que o Senhor nos lembre dia após dia que devemos amar porque fomos amados mesmo sem merecermos. Amar é graça, mas não foi de graça. Custou o sangue de Cristo. Valorizemos tal sacrifício.

 

Itamir Neves é pastor, apresentador dos programas “Através da Bíblia”, “Entendendo a Bíblia” e “A Palavra em Canções”, da RTM Brasil.

 

(Artigo originalmente escrito em setembro de 2021)

Compartilhe